Sucks Blood — The Oh Sees

Suíno Artístico
4 min readMay 4, 2021

--

Sucks Blood é o sexto álbum de estúdio da banda de Garage Rock The Oh Sees, lançado em 2007 pela distribuidora Castleface Records.

Antes de tudo, deixe-me explicar quem é a banda. The Oh Sees (ou Thee Oh Sees, ou Oh Sees, ou Ohsees, Ou Osees como são chamados agora, etc) é uma banda que foi formada em 1997 na região de São Francisco por seu único membro recorrente, John Dwyer. A banda é considerada por muitos como um canal para Dwyer soltar suas experimentações musicais, mas na maior parte do tempo ela poderia ser descrita como um punk pra nerd ou um punk psicodélico, por causa do uso pesado de sintetizadores nas músicas, muitas vezes tocados por John junto à guitarra. Pelo menos o material recente deles pode ser descrito assim. A banda também é famosa por sua discografia expansiva, tendo lançado 23 álbuns desde 2003 e ainda continuam ativos até hoje.

Eu conheci a banda através da fanbase de outro grupo que escuto bastante, King Gizzard and the Lizard Wizard, e o Osees é uma das principais influências para o frontman da banda Stu Mackenzie. Por conta disso, tenho tido uma afinidade maior aos álbuns cujo sons se entrelaçam entre os dois projetos. Apesar de gostar muito de Osees, uma crítica recorrente minha é que as músicas sempre são mais agressivas/melhores ao vivo comparado ao disco, principalmente os albuns mais antigos, seja por conta da energia de uma apresentação ao vivo ou por serem intencionalmente mais leve. Por conta disso, eu sempre recomendo a pessoas conhecerem a banda através de um álbum mais recente ou algum show deles, sendo o último lançado (Levitation Sessions 1) um dos melhores lugares para começar.

John Dwyer em apresentação típica da banda. Ele faz isso mesmo, relaxa.

Recentemente, eu decidi explorar a discografia da banda (me deseje sorte), o que me levou a este álbum que estamos falando hoje, Sucks Blood. Este é um álbum cuja premissa é muito mais próximo de um indie do que de um punk (apesar de ter a alma de punk nele todo). O som dele é muito menos agressivo, e muito mais sereno. Bem, “sereno”. A produção do álbum é bem lofi, aproximando muito de álbuns como Oddments do King Gizzard and the Lizard Wizard. Me remete muito a uma banda tentando gravar músicas na garagem (Aaaah, entendi o nome do gênero), com um gravador meia boca. Por conta disso, tem uma agressividade presente apesar de não estar na instrumentalização em si. As letras, no entanto, são bem o contrário. A maioria delas envolvem assassinato ou violencia (um tema recorrente para a banda), como em “It Killed Mom”, uso de drogas ou bebidas, como “What the Driven Drink”, ou ambos, como em “The Killer”. Colocando então esse álbum mais sereno/lofi junto à letras agressivas trazendo uma justaposição muito divertida. Como se você estivesse ouvindo uma canção de amor escrita por um psicopata. Há também uma certa vibe quase fim de um bom rolê no álbum, como se estivesse em um lugar a tanto tempo que o humor já está meio depressivo e já era hora de tu ter voltado para casa.

No entanto, o que me faz não ter esse álbum em tão bom olhos, é algo que afasta muitas pessoas da banda. Ele é simplesmente muito repetitivo. Ao ouvido não treinado, as músicas são praticamente iguais, e ao ouvido treinado também. Muitas das músicas possuem a mesma estrutura e tom, deixando o álbum bem monótono. As primeiras músicas não possuem tanto esse efeito, mas quanto mais você se aventura no álbum mais você começa a sentir que ainda não saiu da primeira música. Isso acontece também em outros álbuns, como foi mencionado mais cedo neste parágrafo, mas eles costumam ser bem mais punk. A repetitividade é mascarada pela energia que a banda traz consigo. Com essa energia não estando presente aqui, acaba com que o álbum te faz mais dormir do que tudo. Talvez as músicas isoladas não tenham esse efeito ou se as músicas estivessem no meio de outro álbum com estilos mais distintos elas teriam um impacto maior, mas do jeito que está é certamente um dos álbuns da banda que vou revisitar menos.

Em conclusão, apesar da premissa e produção serem uma quebra e uma experimentação muito interessante para a banda, a execução repetitiva das músicas acaba que entendia invés de divertir, salvo algumas exceções.

Melhores musicas: It Killed Mom, Iceberg, Invitation
Piores músicas: Untitled Drone #1 e #2 e The Gouger

Classificação: 6/10

Caso queiram indicar um álbum ou um filme para eu fazer review, grunhe aí nos comentários.

Oinc Oinc

-O Porco

--

--

Suíno Artístico
Suíno Artístico

Written by Suíno Artístico

Olá estranho. Neste canto infortúnio da internet, há um porco fazendo resenhas de obras artísticas. Se isso não te estranha, bem-vindo e boa sorte

Responses (1)