Aphelion — Leprous
Este álbum foi sugerido por Jessica Silva
Aphelion é o sétimo álbum de estúdio da banda norueguesa Leprous. Ele foi lançado em 2021 e distribuído pela Inside Out Music.
Leprous foi formada em Notodden, Noruega, no ano de 2001. Ela foi fundada pelo vocalista e tecladista Einar Solberg e o guitarrista Tor Oddmund Suhrke. No entanto, apenas em 2009 que lançaram seu primeiro álbum, Tall Poppy Syndrome, tendo conseguido um maior reconhecimento após tocarem com Ihsahn, cunhado de Solberg. Foi em 2011 em que, o grupo realmente alavancou, com o disco Bilateral, e ficaram conhecidos por misturam diversos gêneros, como pop e avant-garde em seu estilo de rock progressivo.
Mais uma vez me encontro com meu rival de longa data, o metal progressivo, apesar do inimigo parecer bastante diferente no momento. Pela descrição da banda e da ficha técnica do álbum, parece que ele não está dentro do gênero, mas há algumas evidências do contrário. Primeiramente, quando se analisa os atos tangenciais ao grupo, você encontra bastante coisa pertencente ao estilo. Segundo, que ouvir dizer que as influências da banda vêm de lá. Terceiro: Jessica me falou que era, então vou aceitar que é. Se discordar de mim pode apropriadamente mandar um e-mail para setordereclamações@suinoartistico.com e será apropriadamente ignorado. Mas, ironicamente, este nome certamente é novo para mim. Não que eu conheça muito da cena (por que iria me aproximar de algo que me faz mal?) mas sempre tem alguns que se destacam e saem da bolha querendo ou não. E, a menos que a minha bolha esteja minúscula, Leprous só agora tem aparecido no meu radar, mesmo com sua carreira bem expansiva. Então será que este é o álbum para me levar ao lado metal do prog, ou só outro disco que não irei gostar?
Acho que deveria começar com a produção do álbum e como é usado aspectos e influências pouco convencionais para este tipo de grupo. E, sem mensurar palavras, digo que ela é fenomenal. O som do disco é algo quase que hyper bombástico, assim como várias músicas pop hoje em dia e sua produção polida, algo que no geral me incomoda, funciona bem aqui. A estrutura das canções também são ótimas, possuindo um crescimento que te pega bastante se você estiver envolvido na música, levando a um ápice, geralmente o refrão, que é explosivo de emoções e sonoridade. A instrumentalização é algo bastante surpreendente, e são usados de maneira bastante criativa, como por exemplo os corais de vozes, que dão um peso a todas às canções que estão presente, o violino e o cello que dão um ar de fantástico à obra toda, e, algo não surpreendente se você acompanha esse blog, o uso de sintetizador em todo o disco, me chamando atenção especialmente na música Silhouette, em que ele é usado quase de maneira percussiva.
Como mencionei no parágrafo anterior, o álbum pega bastante do pop mainstream moderno e essa é influência rodeia o disco todo. A princípio a ideia não é de todo ruim. Como mencionado antes, os refrãos são algumas das melhores partes de cada faixa, mas acaba que a construção do resto das canções acabam sendo bem esquecível. O crescimento nas músicas, como eu disse, é muito bem feito estruturalmente falando, mas nada me puxou no que vou chamar de “base” da canção. Então, assim como em Blackwater Park, acabo apreciando momentos do que necessariamente uma faixa inteira. E, apesar de não estar tão próximo ao prog metal quanto outras obras do gênero, ainda dá pra sentir o cheiro dele aqui, mesmo isso não sendo muito positivo. Aphelion possui um tom grandioso, quase épico, mas sinto que isso acaba me afastando do álbum. Há uma certa intimidade em discos menos “polidos” por assim dizer, e me encontro ausente dela aqui, fazendo com que seja de difícil de eu me identificar com ele. A banda, igual a alguém com um zíper aberto, sem querer deixa suas influências dos anos 80 vazar para o álbum. As canções puxam muito da estética da época, com os instrumentos mais em características chicletes, do que um todo memorável, especialmente se referindo a guitarra e voz, que parecem que tomam o palco principal da obra.
E é isso que acaba me tirando muito do álbum. Foi uma experiência, que, mesmo que seja chato de definir assim, apenas defino como esquecível, e que é o que me deixa mais desapontado no disco. Em todo o momento que eu estava escutando, sempre fica lembrando de outra banda ou álbum, mesmo sem saber ao certo o que era. Tive muita dificuldade de escrever este próprio texto sendo sincero, se isto é de alguma forma representativo do quão pouco fui atingido. Havia um grande potencial de fugir dos clichés que perseguem o prog metal, mas Leprous acaba abraçando todos eles, mesmo com uma estrutura bem intrigante e uma produção muito diferente do que da maioria. Porém ele peca o suficiente para gerar algo que não lembro muito bem como era. O disco em si remete à muita coisa mas acaba não tendo muito para chamar de próprio.
Aphelion é um álbum com grande potencial e influências intrigantes, mas acaba tendo um som pouco marcante e memorável.
Classificação: 5/10
Músicas que mais Gostei: All the Moments, Sillhoutte, Nightime Disguise
Músicas que menos Gostei: Castaway Angels, Out of Here, The Silent Revelation
A próxima resenha que estarei fazendo é sobre o filme Sombras da Vida de 2017. Tem alguma recomendação de álbum ou filme? Solta aí nos comentários!
Oinc Oinc
-O Porco